XII S. Vicente - Reportagem

23-11-2012

XII S. Vicente - Reportagem

 

A Vicentuna tinha prometido um festival intergaláctico cheio de surpresas, aquando da apresentação do seu evento: não ficaram defraudadas, certamente, as expectativas de quem, no passado Sábado, se dirigiu à Aula Magna para o comprovar.

No dia anterior, teve lugar uma festa nas instalações da FCUL, num convívio proporcionado entre as tunas participantes e os alunos da faculdade, bem como outros amigos que se quiseram juntar à festa. Já durante a tarde de Sábado, houve ainda tempo para o teste de som e algumas actividades recreativas que antecederam o ponto alto: o espectáculo nocturno.

Com uma sala muito bem composta e decorada a rigor tendo em conta o tema do festival, deu-se início ao mesmo com um ligeiro atraso. A apresentação do XII S.Vicente foi levada a cabo por membros da Vicentuna, devidamente caracterizados, que fizeram as delícias dos espectadores, proporcionando momentos de muita diversão e muita interacção com os presentes.

Assim, e após o lançamento (já prometido) do foguetão Discóberi, a primeira tuna da noite a apresentar-se em palco foi a Estudantina Universitária de Lisboa (EUL). Com 26 elementos em palco, arrancaram o primeiro (de muitos) aplauso(s) do público com "Amor a Portugal", tendo interpretado de seguida "Viriato". "Velho Lobo do Mar" foi o tema que se seguiu, dando lugar aos "Sinos da Sé", desta feita dedicados à tuna organizadora. A sua actuação terminou com o tema "Viva a Paródia", dedicado aos técnicos de som. Uma actuação onde se destacam os seus arranjos vocais mas que, ainda assim, ficou alguns furos abaixo daquilo a que a EUL nos habituou, apesar de terem tido uma óptima prestação.

Também da capital, apresentou-se a Tuna Académica de Lisboa (TAL). Com 35 elementos em palco e toda uma apresentação sóbria e dedicada ao tema do festival, iniciaram a sua prestação com um trecho de "Era uma Vez... O Espaço", prosseguindo para "Lisboa que Amanhece". "Perdido em Lisboa" foi o tema que se seguiu e que precedeu uma execução muito boa do seu instrumental. A TAL prosseguiu o seu espectáculo com "Sol de Inverno", terminando com uma excelente interpretação de "Flor sem Tempo". Uma actuação muito sólida, com destaque para a técnica, postura e excelência dos seus porta-estandartes, bem como para os arranjos vocais e instrumentais dos diferentes temas que apresentaram.

A terceira tuna da noite jogou também em casa. Com 25 elementos em palco, a Tuna Académica do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (TAISCTE) intercalou a sua actuação com a história (musicada) de um menino que queria ser astronauta. Iniciaram a sua prestação com o tema, a vozes, de "2001, Odisseia no Espaço", prosseguindo para a sua versão de "De Tudo e de Nada". O tema "La Çarandilhera" (com uma excelente performance vocal) deu continuidade ao seu espectáculo, seguindo-se o original "Alma", com destaque para os seus pandeiretas e porta-estandartes. O instrumental celta e o tema original "Ode Lusitana" finalizaram a actuação desta tuna. Nota muito positiva para os arranjos e desempenho vocal de todos os temas, nomeadamente para o aproveitamento muito bem conseguido dos naipes masculinos e femininos.

Após o intervalo, subiu a palco a última tuna a concurso da noite. De Aveiro, a Magna Tuna Cartola (MTC) trouxe 26 elementos e dois "instrumentos" diferentes para a sua primeira música, "Chuva": uma esfregona (com o respectivo balde e água) e uma serra, que serrou (literalmente) uma guitarra. A sua actuação prosseguiu com "Macho Português" e "Serenata Nova" com as suas respectivas variações, que fizeram sorrir o público presente por diversas vezes. A MTC apresentou ainda o tema "Farra" e finalizou com "Triste História de um Cartola". O seu estilo característico e a sua irreverência levaram a um dos grandes aplausos da noite, com grande parte do auditório em pé.

Chegando ao final da viagem, com os heróis que apresentaram todo o festival a salvarem o planeta e a cumprirem a sua missão no Espaço, a Vicentuna subiu a palco com cerca de 40 elementos. Iniciaram a sua prestação com a recriação dos Sons do Chiado, 1904, com "Leitaria Garrett" e 15 (!!) pandeiretas. O tema "Mar Desconhecido", onde se destacou a sua solista, permitiu uma elegante dança dos seus porta-estandartes, prosseguindo a sua actuação para a marcha "Lisboa das Cantigas", onde foram chamados a palco os elementos mais antigos da tuna. O instrumental "Fuga em Mistério", adaptação de Astor Piazzola, foi o tema em estreia da noite e muito aplaudido pelo público presente. "Xácara das Bruxas Dançante" (com muita animação por parte dos seus estandartes e percussionistas) foi o tema que encerrou a actuação da Vicentuna.

Após os devidos agradecimentos a todas as pessoas e entidades que tornaram possível a realização do festival, bem como a referência, uma vez mais, ao carácter solidário do mesmo (uma vez que, parte dos lucros, reverteram para o Instituto Português de Oncologia), foi apresentado o júri:

Kruger (Ricardo Fernandes) - elemento da VicenTuna
Rui Rodrigues - músico da banda "Dazkarieh"
Daniela Varela - vocalista da banda "Flor de Liz"
Miguel Gonçalves - Gabinete de comunicação, imagem e cultura da FCUL
Marta Santos - amiga de longa data da VicenTuna

Seguidamente, foi realizada a entrega de prémios:

Melhor Pandeireta - Magna Tuna Cartola
Melhor Estandarte - Tuna Académica de Lisboa
Melhor Solista - Tuna Académica de Lisboa
Melhor Instrumental - Tuna Académica de Lisboa
Melhor Adaptação ao Tema (do festival) - Tuna Académica do ISCTE

Tuna mais Tuna - Tuna Académica do ISCTE
Melhor Tuna - Magna Tuna Cartola

O público pediu e a Vicentuna acedeu, interpretando, para finalizar o espectáculo "Madalena", onde muitos aviões de papel, distribuídos pela organização à entrada, voaram, criando um excelente ambiente visual.

A festa prosseguiu novamente na FCUL.

Destaques muito positivos para:
» O tema do festival. Um tema transversal a todas as actividades realizadas e a todas as actuações, com uma organização a pensar em diversas frentes ao pormenor.
» O som: muito bem conseguido, com a equipa de som a fazer um excelente trabalho.
» O ambiente criado, tanto dentro como fora do auditório, com o público a responder muito positivamente ao espectáculo e a todas as tunas presentes.
» O carácter solidário do evento.

Muitos parabéns à Vicentuna por toda a organização deste magnífico festival, em especial na pessoa da Joana Garcia por todas as facilidades concedidas à equipa Portugaltunas.