FITUA, a Reportagem!

12-05-2022

FITUA, a Reportagem!
(Re)viveu-se mais uma vez o FITUA!


Nos dias 6 e 7 de maio o Centro de Congressos de Aveiro encheu-se para ver e ouvir algumas das melhores tunas nacionais no regresso do FITUA, agora na sua 30.ª edição.


Mas o XXX FITUA não se fez só no palco, como várias das tunas a concurso bem deixaram transparecer nos seus discursos, o Festival Internacional de Tunas Universitárias de Aveiro é feito de música, claro, mas também de muito convívio, ovos moles e moscatel!


A primeira noite de espetáculo abriu com a atuação da tuna convidada, a TFAAUAv (Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade de Aveiro), que brindou o público com uma performance marcada pela elegância e precisão das suas vozes e coreografias.


A abrir as hostes das tunas a concurso, esteve a Tuna UNFV (Tuna Universidad Nacional Federico Villarreal) que, vinda diretamente de Lima, Peru, aqueceu uma noite já de si acalorada. Ao palco do Centro de Congressos trouxeram muito ritmo e vozes que não deixaram o público indiferente. Foi com "Ritmo, color y sabor", música regional do Perú, que encerraram a sua atuação.


Seguiu-se a TUM (Tuna Universitária do Minho), vinda de Braga para, como eles próprios disseram "partir tudo". Abriram com "Delírio do Gerês" e "Sonho", adaptação de uma música galega; seguiram-se duas músicas que fizeram suspirar a plateia: a música de solista, "A Flor e o Espinho, e "Tunalmente molhado", serenata original. O instrumental "Partizan" levantou toda a gente da cadeira e "Adeus é sempre adeus" deu por finalizada a participação dos "vermelhinhos".


A TUIST (Tuna do Instituto Superior Técnico), de regresso ao FITUA após largos anos, fechou a noite em beleza com uma atuação segura e sentida. Abrindo com "Vontade de Ser" e um pequeno excerto do instrumental de "Venham mais cinco", seguiu-se "Dou-me ao mar" e o instrumental "Paredes meias com Armandinho e Nunes", dando lugar a um dos pontos altos da noite. Com dedicatória sentida de um tuno a um "engenheiro com música no coração" que já partiu, ecoou "Foi Deus" de Amália Rodrigues na voz do emblemático Super Mário, que serviu ainda de homenagem a companheiros de outros FITUAs que já não se encontram entre nós: Kim dos Jogralhos, Banessa da TUM e Paulão da EUC. Para terminar, a serenata "Se um dia não houver luar", uma pequena brincadeira com "Uma surpresa à beira-mar" e a sempre animada "Vida de estudante".


A tuna anfritriã também subiu a palco neste primeiro dia presenteando-nos, entre outras, com um medley de canções intemporais de Zeca Afonso, uma versão de "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos" de Caetano Veloso e, para terminar, a "Marcha de São Gonçalinho, à qual se juntou em palco a Mordomia de São Gonçalo.


Depois de recarregadas as baterias (com cerveja e favaítos, segundo a organização!), o segundo dia de espetáculos abriu com a atuação da CUARENTUNA de Barcelona com um alinhamento preparado especialmente para o público português e repleto de tradição hispano-americana, com canções como "María, la portuguesa", "L'aurora" e "Estudantina portuguesa".


Vinda de Braga, foi a vez de a Azeituna cantar e encantar o público presente. Do reportório apresentado fizeram, nomeadamente, parte: "Meia lua inteira", vinda diretamente das terras de Vera Cruz, "Ovo de Colombo", original da Azeituna, e ainda "Balada das setes saias" e "Vais partir", temas que compõem o seu mais recente álbum, "Azul".


A TAL (Tuna Académica de Lisboa) subiu a palco abastecida com muita música e poesia, numa apresentação que percorreu músicas dos melhores cantautores da música portuguesa: "Coro da Primavera" de Zeca Afonso, "É terça-feira" de Sérgio Godinho e "Guarda-me esta noite" de Valter Lobo.


Vinda também de Lisboa, a última tuna a concurso, a anTUNiA, tal como já nos tem habituado, presenteou o público do Centro de Congressos com, entre outras, três canções originais: "Mar de saudade" e "Dona do meu fim" e já bem-conhecida "Rastos de Sabor".


Por fim, a TUA encheu, como no dia anterior, o palco e levou-nos numa verdadeira viagem: apresentou "Barco de Aveiro", o instrumental "Mare Vatti", "Os Vampiros", original de Zeca Afonso, "Aveiro dos estudantes" e a incontornável "Amor à beira-mar". Por entre músicas ainda houve tempo para que a incontornável madrinha Rosita subisse a palco e deixasse algumas palavras de agradecimento e alento a todos aqueles que perpetuam a tradição tuneril.


Importa ainda referir que ambas as noites foram pautadas por rábulas tunais e jograis, não tivesse a apresentação do espetáculo sido partilhada por elementos da TUA e pelos Jogralhos - Grupo de Jograis Universitário do Minho.


E porque dos prémios também reza a história do XXX FITUA, eles distribuíram-se da seguinte forma:


Melhor Instrumental - TUM; Melhor Solista - TUIST; Melhor Pandeireta - Antunia; Melhor Porta-Estandarte - TUM; 3.ª Melhor Tuna - TUIST; 2.ª Melhor Tuna - TUM; Melhor Tuna - Antunia; Tuna Mais Tuna - TUM; Tuna Mais Bebedoura - TUM.

 

Ana Cristina Silva